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Domínio das competências — moeda global do século 21

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

26/01/2016 05:30:50

Gabriel Mario Rodrigues 1Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular
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As competências transformam vidas e impulsionam economias. Sem o investimento adequado em competências, as pessoas definham à margem da sociedade, o progresso tecnológico não se traduz em crescimento econômico e os países não podem competir numa sociedade global cada vez mais baseada no conhecimento. (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE)
Uma ex-aluna se casou e foi morar com o marido francês nos arredores de Paris, assim que terminou o curso de jornalismo no início dos anos 2000. Por informações de seus colegas, soubemos que sua adaptação à realidade local estava sendo muito difícil. Completamente desanimada por não conseguir se inserir como jornalista no mercado de trabalho, enfrentou inúmeras dificuldades. O tempo passou e há cerca de três anos nos vimos em encontro casual. Bem-humorada, relatou sua história de sucesso, explicando que o governo francês, preocupado com a situação dos imigrantes e com o desemprego, criou um programa para detectar as competências e as habilidades das pessoas para inseri-las no mercado. Nesse programa, ela descobriu, a contragosto, que a única oportunidade que teria era a de trabalhar como esteticista. Fez um curso e foi contratada por uma empresa de cosméticos. Ocorre que seu superior identificou nela outras competências: falava fluentemente português, francês e espanhol; não se saía mal no inglês e tinha uma facilidade enorme para comunicar-se, interagir e liderar com pessoas. De esteticista para representante comercial da empresa, sobretudo em países latino-americanos, foi um pulo. Ela está feliz, a empresa vai bem, obrigada, em grande medida, graças a ela. A transformação pela qual está passando o mundo do trabalho, em que as empresas empregadoras não estão satisfeitas com os profissionais saídos das universidades, é uma das preocupações da OCDE, fórum mundial onde os governos trabalham em conjunto para enfrentar os desafios econômicos, sociais e ambientais da globalização. As mudanças requeridas em matéria de emprego implicam aumento na demanda por competências cognitivas não rotineiras e socioemocionais. Implicam ainda diminuição na demanda por competências cognitivas rotineiras e artesanais e por tarefas físicas repetitivas. Segundo pesquisa da OCDE – “Melhores competências, melhores empregos, melhores condições de vida: uma abordagem estratégica das políticas de competências”[1], as competências exigidas para o trabalho se transformaram totalmente na moeda global do século XXI. O estudo enfatiza três questões sobre as quais devemos refletir:
  • Primeira: Como os países podem melhorar a quantidade e a qualidade das competências de sua mão de obra?
  • Segunda: Como os países podem incentivar as pessoas a oferecer suas competências no mercado de trabalho?
  • Terceira: Como os países podem fazer o melhor uso de seu estoque de talentos de maneira mais eficaz?
Primeira resposta: incentivando e capacitando as pessoas a aprender ao longo de suas vidas; compilando e utilizando a informação sobre a demanda de competências; estruturando sistemas de educação e treinamento eficientes e eficazes; investindo na educação continuada; aumentando a qualidade da educação; e promovendo a equidade nas oportunidades educacionais. Segunda resposta: facilitando a entrada de imigrantes qualificados (caso europeu); estimulando os bons estudantes internacionais a permanecer no país depois de formados, como também sensibilizando as pessoas inativas a participar do mercado de trabalho; oferecendo incentivos financeiros para que o trabalho compense; combinando as políticas de ativação com oportunidades de reciclagem ou atualização. Os países podem, ainda, reter as pessoas qualificadas, desestimular a aposentadoria precoce e deter a fuga de cérebros. Finalmente, a terceira resposta sugere duas abordagens: (1) Garantir que as pessoas apliquem suas competências com eficácia, ajudando os empregadores a usar melhor as qualidades dos seus colaboradores; ampliando o uso das competências por meio de melhor gestão e inovação; combatendo o desemprego e ajudando os jovens a se posicionar no mercado de trabalho; (2) Aumentar a demanda por competências de alto nível, apoiando a criação de empregos de nível maior de competências e de alto valor agregado; ajudando as economias locais a aumentar a produção na cadeia de valor; e estimulando o empreendedorismo. Para implantar essas políticas de competências, os países devem adotar um enfoque integral incluindo todos os atores nos âmbitos nacional e local, além de alterar o foco de uma noção quantitativa do capital humano, medido em anos de educação formal, pelas competências que as pessoas realmente adquirem, melhoram e, também, perdem durante sua vida. Espera-se, cada vez mais, que a educação desenvolva novas formas de pensar que incluam criatividade, pensamento crítico, solução de problemas e tomadas de decisão; novas alternativas de comunicação e colaboração; novas ferramentas de trabalho tais como a capacidade de reconhecer e aproveitar o potencial das novas tecnologias, além da capacidade de viver em um mundo complexo com cidadãos ativos, responsáveis e solidários. A educação por competências — conjunto de conhecimentos (saberes), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber ser), que se manifesta por comportamentos observáveis e traz implícitos os conhecimentos tecnológicos e as atitudes e valores inerentes à realização do trabalho — é certamente o caminho para preparar o jovem para este mundo novo. A competência não significa uso estático de regras aprendidas. Ela se traduz na capacidade de lançar mão dos mais variados saberes e recursos, de forma criativa e inovadora, no momento e no modo necessário. “Uma competência orquestra um conjunto de esquemas. Envolve diversos esquemas de percepção, pensamento, avaliação e ação”, explica o sociólogo Philippe Perrenoud. Construir uma competência significa aprender a identificar e a encontrar os conhecimentos pertinentes para que os alunos descubram os próprios caminhos. Nesse cenário, o papel do professor é fundamental, pois dele serão exigidas competências básicas tais como domínio do aprender a aprender; comunicação e colaboração no trabalho solidário e grupal; raciocínio criativo na resolução de problemas; conhecimento tecnológico; conhecimentos gerais e conhecimentos específicos; desenvolvimento da liderança para conduzir o processo educativo de modo que envolva (encante) positivamente alunos e família; e autogerenciamento da carreira, ou seja, assumir o compromisso de qualificar-se. No Brasil temos muito que caminhar. Se compararmos duas universidades com anuidades diferentes — 60 mil e 8 mil reais — verificaremos que em nenhuma delas há articulação entre competências cognitivas (resolução de problemas e memorização de formulas) e competências socioemocionais (criatividade e liderança). As nossas universidades precisam avançar e compreender que as competências caminham juntas e devem se relacionar, mas a importância do domínio destas últimas colocam como valor primordial as competências de alto nível, as chamadas “Competências do século 21”, os “Quatro Cs”: Criatividade, Crítica (pensamento crítico), Comunicação, Colaboração que são essenciais para absorver conhecimentos e maximizar o desempenho profissional. Embora se possa argumentar que a OCDE tenha uma visão europeia da realidade empresarial (entre os países membros apenas dois são da América Latina, Chile e México), concordamos com suas premissas de que as competências podem transformar vidas, impulsionar economias, colaborar para o processo de inclusão de pessoas na sociedade, investir no progresso tecnológico e permitir a competição entre países numa sociedade global.   [1] OCDE (2014). Melhores competências, melhores empregos, melhores condições de vida: uma abordagem estratégica das políticas de competências. Publicação da OCDE disponível em http://dx.doi.org/10.1787/9788563489197-pt      

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